Muito além de uma simples dor de cabeça, você sabia que existem diferentes tipos de enxaqueca? Pois essa condição, que é considerada como o terceiro transtorno mais prevalente em todo o mundo, pode ser dividida em três principais categorias: enxaqueca com aura, enxaqueca sem aura e enxaqueca crônica1.
Dentro dessas classificações, existem ainda diversas subdivisões, que se diferenciam por características específicas dos sintomas1. Ou seja, a enxaqueca é um problema de saúde muito comum e abrangente, que deve ser bem diagnosticada para que o melhor tratamento seja implementado. Saiba mais a seguir!
Os três tipos de enxaqueca principais, como já citado, incluem a enxaqueca com aura, a enxaqueca sem aura e a enxaqueca crônica. Cada um deles possui peculiaridades que os diferenciam e que criam diversas subdivisões. Entenda mais sobre cada tipo.
Também considerada enxaqueca comum2, trata-se de um tipo de
enxaqueca recorrente, com duração aproximada de 4h —
podendo chegar a 72h se não for tratada ou se o tratamento não surtir
efeito1.
Os principais sintomas de enxaqueca do
tipo sem aura são: localização unilateral, caráter pulsátil, intensidade
moderada ou forte, piora quando o paciente se movimenta, associação com
náusea e/ou fotofobia (sensibilidade à luz) e fonofobia (sensibilidade ao
som)1.
Além disso, algumas horas ou mesmo um ou dois dias antes da crise, você pode apresentar outros sinais que “anunciam” a chegada da enxaqueca, chamados de sintomas podrômicos1. Eles incluem:
Dentro da enxaqueca sem aura, existem outras subclassificações a serem
consideradas, como enxaqueca sem aura menstrual pura, enxaqueca sem
aura relacionada à menstruação e enxaqueca sem aura não
menstrual1.
Essas crises que ocorrem durante o período menstrual tendem a ser mais
prolongadas e acompanhadas por náusea mais intensa quando em comparação às
crises surgidas fora do período menstrual1.
Leia mais: Dormir mal pode causar
enxaqueca?
A enxaqueca com aura corresponde a aproximadamente 20% das enxaquecas3. É um dos tipos de enxaqueca acompanhado de sintomas ou sinais neurológicos focais transitórios2, ou seja, causa efeitos visuais e sensoriais que podem avisar que a crise de dor (cefaleia) está por vir1. Esse tipo de enxaqueca possui diferentes subtipos: a enxaqueca hemiplégica, a enxaqueca retiniana, a enxaqueca com aura do tronco cerebral e a enxaqueca com aura típica1.
Isso inclui distúrbios como: flashes de luz ou pontos cegos na visão, formigamento em um lado do rosto ou em um braço ou perna, e dificuldade para falar4. Alguns pacientes ainda desenvolvem sintomas de aura sem dores de cabeça ― muitas vezes pensam que estão tendo um derrame e não uma enxaqueca3. Essa situação é também conhecida como "enxaqueca silenciosa"5.
Esse tipo de enxaqueca apresenta sintomas comuns aos da enxaqueca sem aura, como localização unilateral, caráter pulsátil, intensidade moderada ou forte, associação com náusea e sensibilidade à luz, som, cheiros e toque1. Porém, existem critérios específicos para identificar a enxaqueca com aura, incluindo sinais que surgem antes ou durante a dor de cabeça1, como:
São muitas as subdivisões da enxaqueca com aura. Algumas a exemplificar são: enxaqueca com aura típica, enxaqueca hemiplégica, caso em que ocorre também fraqueza motora, enxaqueca hemiplégica esporádica (SHM) e enxaqueca retiniana, caracterizada por ataques repetidos de distúrbios visuais monoculares, que podem incluir cintilação e cegueira1.
Leia mais: Como evitar a enxaqueca devido ao uso do telefone
Enxaquecas, com ou sem aura, podem tornar-se crônicas, o que caracteriza mais um dos tipos de enxaqueca registrados. Há a enxaqueca crônica quando os sintomas ocorrem durante 15 dias ou mais por mês1, por pelo menos três meses.
Além disso, pessoas que sofrem com enxaqueca crônica também costumam ter mais
sintomas ansiosos, depressivos e dificuldades no sono7.
É comum que pessoas que sofrem com esse problema façam uso excessivo de
remédios7,8. Essa, aliás, é a causa mais comum da enxaqueca
crônica1. Por isso é tão importante procurar um médico para
entender o seu caso, qual seu tipo de enxaqueca e seguir com o tratamento
adequado.
Além de conhecer as características de cada um dos tipos de enxaqueca, é importante conhecer outro fator determinante para que esse quadro se desenvolva: os gatilhos! Trata-se de certos agentes (ambientais, emocionais, físicos e sensoriais) que podem fazer com que uma crise se inicie3.
Nem todos os gatilhos ocorrem em todas as pessoas com enxaqueca, mas a presença deles tende a ser comum em pacientes com esta queixa3. Dito isto, alguns dos principais gatilhos para enxaqueca incluem:
De modo geral, o tratamento da enxaqueca inclui mudanças nos hábitos de vida, como praticar atividade física regularmente, seguir uma alimentação equilibrada, buscar uma qualidade de sono e deixar de lado o cigarro e as bebidas alcóolicas9, e o uso de medicamentos3.
Novamente, um médico, como o neurologista, pode indicar quais os remédios para enxaqueca para cada caso e conduzir o melhor tratamento. Consulte um profissional para entender melhor a sua dor e saber como lidar com ela.
As enxaquecas são um problema de saúde bastante subdiagnosticado10 e que, muitas vezes, ficam sem qualquer tratamento. Portanto, se você sofre com os sintomas associados a enxaquecas, procure um médico ― especialmente se suas dores de cabeça mudarem de padrão ou se você tiver sintomas diferentes dos usuais4.
Junho/2023. MAT-BR-2304001.
Referências
1. Headache Classification Committee of the International Headache Society (IHS). The International Classification of Headache Disorders, 3rd edition. Disponível em: https://ichd-3.org/wp-content/uploads/2018/01/The-International-Classification-of-Headache-Disorders-3rd-Edition-2018.pdf. Acesso em 20 de julho de 2023.
2. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_demanda_espontanea_queixas_comuns_cab28v2.pdf. Acesso em 21 de julho de 2023.
3. Harvard Medical School - Harvard Health Publishing. Headache: When to worry, what to do. Disponível em: https://www.health.harvard.edu/pain/headache-when-to-worry-what-to-do. Acesso em 21 de julho de 2023.
4. Mayo Clinic. What is migraine. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/migraine-headache/symptoms-causes/syc-20360201. Acesso em 20 de julho de 2023.
5. American Migraine Foundation. Aura without headache or “silent migraine”: a guide. Disponível em https://americanmigrainefoundation.org/resource-library/silent-migraine/. Acesso em 14 de setembro de 2023.
6. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Protocolos de tratamento medicamentoso de dores de cabeça e enxaqueca. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/neurocirurgia_resumo_cefaleia_TSRS.pdf. Acesso em 21 de julho de 2023.
7. Hospital Albert Einstein. Guia de doenças e sintomas. Enxaqueca crônica. Disponível em: https://www.einstein.br/doencas-sintomas/enxaqueca-cronica. Acesso em 21 de julho de 2023.
8. BVS Atenção Primária em Saúde. Qual o tratamento para cefaleia crônica diária secundária a abuso de analgésico?: https://aps-repo.bvs.br/aps/qual-o-tratamento-para-cefaleia-cronica-diaria-secundaria-a-abuso-de-analgesico/. Acesso em 26 de julho de 2023
9. Hospital Albert Einstein. Enxaqueca. Disponível em: https://www.einstein.br/doencas-sintomas/enxaqueca. Acesso em 21 de julho de 2023.
10. Melhado E., Santos P., Kaup A.
et al. Consenso da Sociedadade
Brasileirade Cefaleia (SBCe) para o tratamento profilático da
migrânea episódica: parte I. Brazilian Academy of Neurology.
Disponível em https://www.scielo.br/j/anp/a/pCNw8Dkyms3GXXrtgkmp6NM/abstract/?lang=pt#.
Acesso em 14 de setembro de 2023.
Ficou com alguma dúvida ainda?