Estresse em excesso não é uma coisa boa. Mas, muitas vezes, é difícil perceber a real dimensão dos efeitos que uma rotina com estresse diário pode ter na saúde mental e física.1 Para que você tenha uma noção melhor sobre o assunto, entrevistamos a endocrinologista Daniele Zaninelli sobre os sintomas de estresse no corpo. A médica também deu dicas de como combater o estresse diário. Confira!
Por que uma vida com estresse diário é preocupante?
Ao falar de estresse, é importante esclarecer a diferença entre situações pontuais que são estressantes e uma rotina com estresse diário. Afinal, o estresse em si é normal, já que se trata de uma reação natural do corpo diante de situações que ameaçam o equilíbrio interno do organismo. O grande porém é que, em casos de estresse acumulado, podem surgir danos nos tecidos e doenças crônicas.2
"O estresse faz com que o cérebro e o corpo respondam a situações desafiadoras. Todas as pessoas, em qualquer idade, podem passar por essa experiência, seja no dia a dia do trabalho ou da escola, devido a uma mudança significativa na vida ou a algum evento traumático. Inicialmente, essa resposta ajuda a nos preparar para reagir, protegendo o organismo, mas quando acontece dia após dia, pode haver prejuízo da saúde no longo prazo", acrescentou Dra. Zaninelli.
Estresse: sintomas afetam a saúde mental e física
Os sintomas de estresse podem ser divididos entre os de curto, médio e longo prazo.1 2 3 "De maneira imediata, o coração dispara, a respiração acelera, os músculos ficam prontos para a ação e o cérebro fica mais ativo. Algumas pessoas podem sentir dores de cabeça, enjoo e dores no corpo, por exemplo, que costumam melhorar espontaneamente quando o estímulo é retirado", cita a endocrinologista.
Com o passar do tempo, a gravidade dos sintomas aumenta.3 "O estresse diário pode desencadear problemas cardiovasculares, digestivos, imunológicos, reprodutivos, além de distúrbios emocionais (depressão, ansiedade) e do sono", lista a especialista. Há maior chance de desenvolver doenças graves, como úlceras, hipertensão, psoríase, vitiligo, urticária crônica e infarto agudo do miocárdio.3
Além dos possíveis problemas de saúde, os sintomas de estresse diário interferem diretamente no funcionamento do paciente dentro da sociedade. Quando se torna crônico, o estresse causa desmotivação, irritação, impaciência, dificuldades na vida pessoal, surgimento de doenças físicas, depressão, ansiedade e infelicidade generalizada.1
Saiba como tratar o estresse diário
O diagnóstico do estresse ainda é um desafio clínico. Por isso, Dra. Daniele enfatiza a importância do acompanhamento médico: "O diagnóstico é baseado na história clínica do paciente e não pode ser realizado por meio de exames laboratoriais. É importante identificar os fatores associados ao desenvolvimento dos sintomas. No estresse crônico, as manifestações clínicas se confundem com aquelas de problemas clínicos comuns".
A endocrinologista explica ainda que o acompanhamento médico é importante para que o tratamento do estresse diário possa ser personalizado de acordo com cada caso: "Algumas vezes é possível identificar os agentes causadores do estresse. Nesses casos, é necessário criar estratégias para afastá-los. Quando esta não for uma possibilidade, será preciso achar uma forma de lidar com eles, o que poderá amenizar alguns de seus efeitos negativos ou pelo menos aumentar a capacidade de lidar com os problemas do dia a dia".
Dra. Daniele também compartilhou algumas medidas comportamentais gerais que podem ajudar a controlar a resposta ao estresse. São elas:
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Prática regular de atividade física;
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alimentação equilibrada;
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sono adequado;
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técnicas de relaxamento, como yoga, meditação ou massagem;
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passar mais tempo com familiares e amigos e contar com a ajuda deles;
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reservar um tempo para atividades de lazer e hobbies, como leitura, música e dança;
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passar menos tempo em frente a telas (televisão, tablet, computador e telefone).
Médica entrevistada: Dra. Daniele Zaninelli - CRM-PR: 16876
MAT-BR-2104191
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[1] Sadir MA, Bignotto MM, Lipp MEN. Stress e qualidade de vida: influência de algumas variáveis pessoais. Paidéia (Ribeirão Preto). Jan/Abr 2010. 20(45):73-81. Consultado em 12/04/2021
[2] Schneiderman N, Ironson G, Siegel SD. Stress and Health: Psychological, Behavioral, and Biological Determinants. Annu Rev Clin Psychol. 2005; 1: 607-628. Consultado em 12/04/2021
[3] Malagris LEN, Suassuna ATR, Bezerra DV, Hirata HP, Monteiro JLF, da Silva LR, et al. Níveis de estresse e características sócio biográficas de alunos de pós-graduação. Psicol. rev. Abr 2009; 15(1):184-203. Consultado em 12/04/2021
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