Imagine a seguinte cena: você chega em casa de um dia estressante de trabalho, com muita dor de cabeça e tensão muscular nas costas e ombros e já toma de imediato um analgésico para aliviar o desconforto. Essa cena lhe parece comum? Os analgésicos estão mais presentes na vida moderna do que a maioria das pessoas pensa. Porém, é necessário entender como eles funcionam para não acabar fazendo mais mal do que bem ao seu organismo. Confira como eles atuam.

O que é analgésico? Todos eles são iguais?

Existem muitos analgésicos disponíveis no mercado. A função que todos eles têm em comum é uma só: tratar a dor1.Além disso, alguns analgésicos também têm efeito antitérmico, já que também são usados para o controle da febre. Há também medicações analgésicas com função anti-inflamatória2
Por isso, é bom saber de que forma cada um deles age.

Como agem os diferentes tipos de analgésicos?

Com relação à ação que exercem no organismo, diferentes princípios ativos têm distintos modos de ação. A maioria dos analgésicos compõem o grupo dos chamados AINEs (anti-inflamatórios não-esteroidais) que, além de serem antipiréticos (diminuem a febre) e analgésicos (aliviam a dor), reduzem e tratam inflamações (efeitos anti-inflamatórios). Eles agem como inibidores seletivos de uma enzima específica chamada ciclooxigenase (COX), que se apresenta na forma da COX-1 expressa na maioria dos tecidos e plaquetas com papel na homeostase e a COX-2 que é induzida nas células inflamatórias por substâncias chamadas citocinas. Inibindo as duas enzimas, é possível diminuir as prostaglandinas vasodilatadoras e as substâncias responsáveis pela dor, inflamação e também pela febre. Estão incluídos aqui o ibuprofeno e o AAS (ácido acetilsalicílico).3

Um dos mais conhecidos analgésicos é o paracetamol, usado para dores leves e como antipirético, que ainda tem o seu mecanismo de ação não totalmente esclarecido3, mas acredita-se que ele atue como inibidor seletivo de uma outra forma da cicloxigenase (COX) a COX-3, localizada preferencialmente no cérebro e medula espinhal, proporcionando o alívio da dor e febre4

A dipirona é outro analgésico5 usado no Brasil e indicado para alívio da dor. Sua ação é proveniente da depressão direta de atividade nociceptiva, ou seja, ela atua nas terminações nervosas onde se “encontra” a dor, reduzindo-a6. A dipirona também atua na redução da temperatura corporal, sendo frequentemente indicada como uma medicação para o controle da febre (antitérmico).

Existem também os analgésicos opioides, como é o caso da morfina, recomendados para dores moderadas e intensas. Outro exemplo de opioide é a codeína, que age a partir de receptores no organismo que respondem ao medicamento e produzem o alívio da dor. É importante entender que opioides podem causar dependência e, por isso, devem sempre ser administrados sob supervisão médica, a partir de uma receita médica específica e com bastante cautela.3

Existem efeitos colaterais no uso de analgésicos?

Com exceção dos opioides, os analgésicos podem ser livremente comprados nas farmácias sem a apresentação da receita7, o que pode em algumas situações facilitar uso seu indiscriminado, muitas vezes sem o cuidado necessário. Entretanto, é um engano pensar que estes medicamentos são “inofensivos”: como qualquer medicação, os analgésicos também possuem efeitos colaterais.8

O paracetamol, se utilizado em doses terapêuticas e recomendadas, é eficaz e seguro para a saúde9.Em pessoas previamente suscetíveis, os AINEs podem aumentar o risco de apresentar crises de asma, além de aumentar a chance de ocorrência de problemas gastrointestinais.8

Já a dipirona possui, entre seus possíveis efeitos colaterais, distúrbios cardíacos, como a síndrome de Kounis, reações cutâneas, choques anafiláticos e sangramentos gastrointestinais, por exemplo. A dipirona também pode, em casos raros, causar agranulocitose, doença aguda causada pela diminuição ou desaparecimento de glóbulos brancos no sangue e que pode ser grave10. Por isso, é importante que ela seja usada (assim com todo todos os analgésicos) de forma consciente e responsável.

Os opioides também têm efeitos colaterais importantes, incluindo a dependência química. Sintomas como dores abdominais, náusea, vômito, vertigem e sonolência são comuns a quem utiliza analgésicos como a codeína11. A avaliação do médico é, portanto, fundamental para que a prescrição desses medicamentos seja feita com segurança e que seus benefícios efetivamente superem os riscos.12

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Referências:

[1] Flores MP, Castro APCR, Nascimento JS. Analgésicos Tópicos. Revista Brasileira de Anestesiologia. 2012; 62: 2: 244-252 - Consultado em 15/10/2020

[2] Bushra R, Aslam N. An Overview of Clinical Pharmacology of Ibuprofen. Oman Medical Journal. 2010 Jul; 25(3): 155–1661. - Consultado em 28/09/2020

[3] Golar SK. Use and understanding of analgesics (painkillers) by Aston university students. Bioscience Horizons: The International Journal of Student Research. 2011; 4(1): 71-78 - Consultado em 18/05/2020

[4] Brayner NF, Silva AA, Almeida FR. O risco do uso irracional do paracetamol na população brasileira e seus efeitos na hemostasia. Revista Científica da FASETE. 2018; 1(16) Consultado em 19/05/2020

[5] Silva AG, Fuzioka PU, Ribeiro Neto LM. Complicações clínicas induzidas pelo uso de dipirona (metamizol): estudo sobre os riscos, os benefícios e seu uso racional. IV SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS. 2015 - Consultado em 20/05/2020

[6] Queiroz TP, Santos PL, Esteves JC, et al. Dipirona versus paracetamol no controle da dor pós-operatória. Revista de Odontologia da UNESP. 2013; 42(2): 78-82. - Consultado em 19/05/2020

[7] Diário Oficial da União - Instrução Normativa Nº11 - 29 de setembro de 2016. - Consultado em 15/10/2020

[8] Wannmacher L. Paracetamol versus Dipirona: como mensurar o risco?. Uso racional de medicamentos: temas selecionados. 2005; 2(5) - Consultado em 20/05/2020

[9] Tylenol. Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda. 2014. - Consultado em 15/10/2020

[10] NOVALGINA® (dipirona monoidratada) Versão Paciente. Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda. 2017. - Consultado em 15/10/2020

[11] Codein. Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos LTDA. - Consultado em 15/10/2020

[12] Bali C, Ergenoglu P, Ozmete O, et al. Comparação dos efeitos analgésicos pós-operatórios de naproxeno sódico e naproxeno sódico-fosfato de codeína em artroscopia de menisco. Revista Brasileira de Anestesiologia. 2016;66(2):151-156 - Consultado em 20/05/2020

Atualização do site: Janeiro/2022

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