A dipirona é a base de medicações amplamente utilizadas em diversos países. No Brasil, essa substância tem grande importância na prática clínica, sendo indicada frequentemente para o tratamento dos sintomas da dengue. Isso acontece porque dipirona serve para febre e tem potencial analgésico, o que possibilita a inibição de dores, como dor de cabeça e dores reumáticas1. Você sabe exatamente como a dipirona age no organismo? Confira!
Para que serve dipirona? Entenda sua atuação no corpo humano
A dipirona é um medicamento com ações analgésicas e antitérmicas e cuja atuação tem início cerca de 30 minutos após a administração oral.2 Essa substância atinge o seu pico na concentração sanguínea 2 horas após a ingestão e é metabolizada pelo fígado e expelida pelo trato urinário.3
A capacidade analgésica da dipirona se deve à inibição da síntese de nociceptores, terminações nervosas sensíveis à dor.4 5 Além disso, essa substância atua no manejo da febre pois possui um efeito inibitório sobre os centros termorreguladores (responsáveis pela manutenção da temperatura corporal em torno dos 37ºC), promovendo uma normalização na produção de calor.6
A dipirona no tratamento pediátrico
Segundo o Formulário Terapêutico Nacional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a FDA, agência dos Estados Unidos vinculada ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos, a dipirona é indicada para tratamento pediátrico em casos de febre ou dor. No entanto, por se tratar de uma medicação de venda livre, é comum observar o uso indiscriminado da dipirona principalmente no meio pediátrico.7
Portanto, faz-se necessário o uso racional de dipirona em crianças.7 Em casos indicados, a duração do tratamento deve ser a mais curta possível, assim como deve ser para o uso de qualquer outra medicação analgésica.8
Você sabia?
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1. Knappmann AL, de Melo EB. Qualidade de medicamentos isentos de prescrição: um estudo com marcas de dipirona comercializadas em uma drogaria de Cascavel (PR, Brasil). Ciência & Saúde Coletiva; nov 2010; 15(Supl. 3):3467-3476.- Consultado em 22/12/2020
2. Diogo ANM. Dipirona: Segurança do uso e monitoramento da qualidade de comprimidos orais. INCQS/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 2003.Dissertação para obtenção do grau de Mestre. - Consultado em 22/12/2020
3. Magni AM, Scheffer DK, Bruniera P. Comportamento dos antitérmicos ibuprofeno e dipirona em crianças febris. J. Pediatr. (Rio J.) Jan/Feb 2011; 87(1): 36-42.- Consultado em 22/12/2020
4. Reis FJ, Rocha NP. Efeito analgésico de longa duração da dipirona sobre a hiperalgesia persistente induzida pela constrição do nervo ciático em ratos: participação do óxido nítrico. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. out. /dez. 2006.vol. 42(4): 513-522.- Consultado em 22/12/2020
5. Messlinger K. What is a nociceptor? Der Anaesthesist; 1997; 46:142–153.- Consultado em 22/12/2020
6. Pereira GL. Uso alternado de antipiréticos para tratamento de febre em crianças. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Porto Alegre, 2012.Dissertação para obtenção do título de Mestre - Consultado em 22/12/2020
7. Ferreira TR, Filho SB, Borgatto AF, et al. Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides em prescrições pediátricas. Ciênc. saúde coletiva. 2013 Dec;18(12): 3695-3704.- Consultado em 23/12/2020
8. Ziesenitz VC, Erb TO, Trachsel D, et. al. Safety of dipyrone (metamizole) in children-What's the risk of agranulocytosis? Paediatr Anaesth. 2018 Mar;28(3):305-306.- Consultado em 23/12/2020
Atualização do site: Janeiro/2022